Cacilda Piazera recebe o título de Cidadão Santa-cruzense

Santa Cruz do Sul – A Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul realizou sessão solene na noite desta segunda-feira, dia 17, para a concessão do título de Cidadão Santa-cruzense à Cacilda Piazera, numa proposição do vereador Edson Sortica (PL). A sessão solene foi conduzida pela presidente Nicole Weber e contou com a presença do prefeito Sérgio Moraes.
Ao final da sessão solene, a homenageada ainda abençoou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi lhe apresentada pelo prefeito Sérgio Moraes, bem como deu a bênção na presidente Nicole Weber e no vereador Edson Sortica.
O vereador proponente Edson Sortica, destacou que Cacilda Piazera nasceu em 24 de setembro de 1932, em Irineópolis, Comarca de Porto União (SC), sendo filha de Luiz Piazera e Eduarda Piazera. Há 35 anos, Dona Cacilda deixou Santa Catarina, e partiu rumo a Santa Cruz do Sul, onde construiu sua vida com dedicação e amor ao próximo. Assim que chegou, começou a trabalhar em um escritório de advocacia, pertencente a seu irmão Orlando Piazera, mas sua vocação para ajudar as pessoas logo a levou a um caminho de solidariedade.
“Por 27 anos, três vezes por semana – as segundas, quartas e sextas-feiras – ela dedicou seu tempo aos doentes internados na ala São Francisco do Hospital Santa Cruz. Suas visitas eram carregadas de palavras de conforto, gestos de carinho e uma presença amiga para aqueles que mais precisavam”, observou.
Apesar dos desafios, Dona Cacilda nunca se arrependeu desse trabalho voluntário. Para ela, cada momento vivido ao lado dos enfermos foi uma experiência enriquecedora e profundamente gratificante. Sua história é um exemplo de generosidade e compromisso com o bem-estar do próximo.
Por sete anos, Dona Cacilda dedicou-se a ensinar catequese para crianças na Vila Schulz, transmitindo a elas os valores da fé e do amor ao próximo. Seu comprometimento e dedicação não passaram despercebidos, e, com o tempo, seu trabalho ganhou ainda mais reconhecimento.
Foi então que o Padre Orlando Pretto a convidou para ampliar sua missão, levando seus ensinamentos para um público ainda maior. Aceitando o chamado com alegria, Dona Cacilda passou a ministrar catequese para crianças e adultos na Catedral, onde permaneceu por mais de 30 anos. Durante esse tempo, guiou muitas pessoas no caminho da fé, ajudando-as a fortalecer seus laços com Deus e com a comunidade.
Seu trabalho foi muito mais do que ensinar. Ela foi um exemplo de paciência, carinho e dedicação, tocando a vida de incontáveis fiéis que tiveram o privilégio de aprender com ela. Sua missão como catequista deixou uma marca profunda e inesquecível na história da catedral e na vida daqueles que cruzaram seu caminho.
Além de seu trabalho como catequista, Dona Cacilda também dedicava seu tempo a visitar aqueles que mais precisavam. Sensível ao sofrimento alheio, ela percorria apartamentos onde moravam pessoas doentes e acamadas, que não tinham condições de sair de casa. Sempre que recebia um telefonema pedindo ajuda, não hesitava em ir até elas, levando palavras de conforto, orações e sua presença acolhedora.
“Seu compromisso com o bem-estar do próximo ia além. Quando alguém precisava passar por uma cirurgia cardíaca, as famílias recorriam a ela. Com seu jeito sereno e sua fé inabalável, Dona Cacilda preparava os pacientes para enfrentarem a operação com coragem e esperança. Seu apoio era uma fonte de força tanto para os doentes quanto para seus familiares, que encontravam nela um alívio em momentos de incerteza”, contou Sortica.
Todos os anos, já no mês de junho, Dona Cacilda começava a organizar o Natal das famílias carentes, contando com a ajuda de algumas amigas. Sua preocupação ia além da ceia; ela queria garantir que cada família pudesse celebrar essa data especial com dignidade e alegria.
Para as crianças, fazia questão de levar doces. Ia até a Casa do Chocolate, onde comprava chocolates, bombons, pirulitos e balas. Nada passava despercebido, pois sabia que um simples gesto poderia trazer felicidade aos pequenos.
Além disso, organizava cestas com alimentos essenciais para que cada família pudesse preparar uma refeição completa para o Natal e o Ano Novo. Arroz, açúcar, trigo, feijão e até massas eram distribuídos com carinho. Cada família recebia dois pacotes de massas, garantindo um toque especial às celebrações. No total, eram ajudadas dez famílias, muitas delas com quatro filhos, e o que não conseguiam através de doações do comércio, compravam com recursos próprios. Com esse gesto, Dona Cacilda e suas amigas não apenas levavam alimento, mas também esperança e amor, tornando o Natal mais especial para aqueles que mais precisavam.

Trabalho voluntário
Dona Cacilda passou a maior parte de sua vida dedicando-se ao trabalho voluntário e comunitário em Santa Cruz do Sul. Seu coração sempre foi voltado para o bem-estar dos outros, e ela se sentia realizada ao ver as pessoas bem, sorrindo, e vivendo com dignidade. Para ela, não havia maior recompensa do que fazer a diferença na vida daqueles que estavam ao seu redor.
Hoje, com 92 anos, ela continua com sua missão de levar conforto aos doentes. Ainda visita regularmente os pacientes da ASAN (Residência geriátrica em Santa Cruz do Sul), proporcionando carinho, oração e um acolhimento que só quem tem uma alma generosa é capaz de oferecer. Para Dona Cacilda, fazer o bem é uma missão que nunca tem fim, e ela segue com seu compromisso de levar um pouco de luz para aqueles que mais precisam.
Dona Cacilda, com sua dedicação e coração generoso, transformou a vida de muitas pessoas ao longo dos anos. Seu trabalho voluntário, seu compromisso com a fé e sua incansável vontade de ajudar o próximo são um exemplo que transcende o tempo e o espaço. Você se entregou de corpo e alma à sua missão, tocando tantas vidas com sua presença, suas palavras de conforto e seu cuidado.
Por tudo o que fez e ainda faz, o nosso mais profundo agradecimento. A sua generosidade não se limita ao que você já realizou, mas também ao impacto duradouro que suas ações causaram em nossa comunidade. Que seu exemplo continue a inspirar todos nós a sermos mais solidários, mais humanos e mais compassivos. Que a sua jornada de amor e serviço continue a brilhar como um farol de esperança para aqueles que necessitam.