
O influenciador digital e ex-participante do Big Brother Brasil 21, Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado nesta terça-feira (10) a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelo crime de estelionato. A decisão é da juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, no Rio Grande do Sul. O réu poderá recorrer em liberdade, desde que cumpra medidas cautelares como a proibição de acessar redes sociais.
A condenação se refere ao envolvimento de Nego Di com a loja virtual “Tá di Zueira”, acusada de comercializar produtos como televisores, aparelhos de ar-condicionado e iPhones com preços abaixo do mercado, mas sem realizar a entrega das mercadorias nem estornar os valores pagos pelos consumidores. O sócio dele, Anderson Bonetti, também foi condenado à mesma pena, porém permanecerá em prisão preventiva.
Segundo o Ministério Público, a conta empresarial da loja movimentou mais de R$ 5 milhões com as vendas fraudulentas. A sentença reconhece prejuízos causados a 16 vítimas que constam no processo.
Defesa nega gestão e fala em uso indevido de imagem
Em nota divulgada após a condenação, a advogada Camila Kersch, que representa Nego Di, afirma que o influenciador não era sócio formal de Bonetti nem participou da administração da plataforma, tendo apenas emprestado sua imagem à marca. A defesa afirma ainda que ele teria ressarcido voluntariamente as vítimas que aceitaram acordo, durante o curso da ação penal.
“A sentença desconsiderou as condutas distintas entre os réus e aplicou a mesma pena a ambos, o que fere o princípio da individualização da pena”, sustenta a advogada. A nota também destaca que, no interrogatório judicial, o próprio corréu reconheceu que Nego Di teria sido mais uma vítima do esquema.
A defesa ainda levanta suspeitas sobre a motivação da prisão preventiva decretada em julho de 2024, quase um ano após o encerramento do inquérito policial, e aponta uma possível retaliação às críticas públicas feitas por Nego Di à gestão estadual durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no ano passado.
Histórico do caso
Nego Di e Anderson Bonetti foram presos em julho de 2024, mas o influenciador obteve habeas corpus e responde em liberdade desde novembro. A investigação aponta que os golpes ocorreram através da loja “Tá di Zueira”, que operava com fortes campanhas promocionais, atraindo clientes para ofertas com preços muito abaixo do mercado. Os produtos, no entanto, não eram entregues, e os clientes não recebiam reembolso.
Apesar de poder recorrer da sentença em liberdade, Nego Di está proibido de usar redes sociais, conforme determinação judicial. A defesa promete recorrer da decisão nas instâncias superiores.