RegionalVariedades

Parceria entre Prefeitura e Unisc leva os saberes indígenas para estudantes da rede municipal

Um verdadeiro enlance entre a Universidade e a comunidade, assim se tornaram as atividades promovidas pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação e o Núcleo de Ações e Formação Continuada para as Relações Étnico-Raciais (NERER), da SEE, em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Na sede da Adunisc foi realizado o Ateliê Indígena que trouxe como objetivo promover espaços lúdicos e reflexivos no ambiente escolar, fundamentados nos saberes indígenas e na articulação das dimensões sensível, cultural e artística.

O Ateliê ocorreu entre os dias 13 e 15, sendo idealizado pelo grupo de pesquisa Peabiru: Educação Ameríndia e Interculturalidade (PPGEdu e PPGPsi) que criou momentos lúdicos e cheios de reflexão para estudantes das escolas, com base nos saberes indígenas e na união entre o sensível, o intercultural e o artístico. Participaram estudantes do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental das Escolas Municipais Frederico Assmann e Guido Herberts. A coordenação do projeto é da professora doutora Ana Luisa Teixeira de Menezes (Unisc- PPGEdu e PPGPsi), tendo como coordenadores das atividades Onório de Moura e Vherá Poty. 

Foto: Ana Souza

Os alunos tiveram a oportunidade de vivenciar experiências únicas e enriquecedoras, desenvolvendo uma maior compreensão e valorização das culturas indígenas, especialmente dos povos Kaingang e Guarani.

Ao final de sexta-feira, dia 15, foi realizada a montagem da exposição interativa na Unisc, que a partir de então, ficará exposta até o dia 22 de agosto no Bloco 1.

De acordo com Daniela Santos, coordenadora de Programas e Projetos da Secretaria de Educação (SEE), essas ações seguem as diretrizes do NERER, criado para valorizar a cultura afro-brasileira e indígena nas escolas municipais. Segundo ela, a iniciativa reforça a importância da escola na promoção da diversidade cultural, estimulando o respeito, a igualdade e o reconhecimento da riqueza de diferentes culturas. Daniela destaca ainda que valorizar a cultura indígena é fundamental para que estudantes conheçam, compreendam e respeitem os saberes, tradições e contribuições dos povos indígenas, fortalecendo a identidade cultural e a consciência da pluralidade que compõe a sociedade brasileira.”

O contato com a palavra indígena, com as narrativas e mitologias dos povos originários, ajudou os estudantes a pensarem sobre quem são. “E também a desenvolverem mais respeito por si mesmos, por suas origens e pela História indígena, reafirmando a importância da Lei 11.645. Ficou claro como a combinação de metodologias educativas sensíveis, corporais e reflexivas favorece a expressão das emoções e um jeito mais colaborativo de aprender e conviver com o outro — indígena e não indígena”, explicou a professora Ana Luísa.

Ela também destacou que outro momento muito especial foi o espaço de troca entre pesquisadoras, pesquisadores, professoras, professores e estudantes da pós-graduação e da graduação em Educação, Psicologia, escolas e intelectuais indígenas. “Vivemos e construímos conhecimento juntos: ao redor do fogo, nas trilhas da natureza, nas conversas e nos afetos compartilhados. Um saber que nasce tanto no coração quanto no pensamento. Como disse uma aluna de uma escola: “O que eu vivi aqui é para a minha vida toda — e não só para mim, porque vou compartilhar com meu grupo de dança gaúcha.”

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:

• Introdução à cultura dos povos indígenas do Brasil, com foco especial nos povos Kaingang e Guarani, que vivem em nosso estado.

• Trilha com narrativas indígenas Kaingang: uma jornada pela natureza guiada por Onório Kaingang, na qual os alunos conheceram e se inspiraram nas histórias e tradições do seu povo.

• Fogo: canto, dança e narrativas Kaingang e Guarani: uma experiência ao redor do fogo, conduzida por Onório de Moura e Vherá Poty, com músicas, rituais e danças do povo Kaingang e Guarani.

• O movimento e o brincar na educação indígena: encontro que possibilitou a corporeidade, dança, música e brincadeiras tradicionais, promovendo reflexão e criatividade.

• Trabalho de ateliê: ao final de cada vivência, os alunos sintetizaram suas experiências por meio de atividades artísticas com pintura.

Fonte
Fotos: Ana SouzaAssessoria de Imprensa da Prefeitura de Santa Cruz do Sul

Artigos relacionados