Caixa nega pedido da Amvarp para prorrogação de financiamentos
Pedido foi protocolado via Famurs e tinha como objetivo auxiliar na reconstrução dos municípios; decisão da instituição financeira desconsidera realidade enfrentada pelas prefeituras do Vale do Rio Pardo após calamidades climáticas

A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) recebeu com insatisfação a negativa da Caixa Econômica Federal ao pedido de prorrogação de parcelas de financiamentos assumidos pelas administrações municipais. A solicitação foi apresentada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), em nome da associação, após deliberação em assembleia da Amvarp, e buscava garantir fôlego financeiro diante da necessidade de reconstrução provocada por enchentes e intempéries entre 2024 e 2025.
O tema foi levantado pelo prefeito de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes, e acolhido pelo presidente da Amvarp, Nestor Ellwanger, o Rim. A iniciativa tinha como base o entendimento de que as prefeituras ainda enfrentam uma sobrecarga orçamentária para atender demandas urgentes de infraestrutura, habitação e assistência social. “A resposta que recebemos da Caixa parece ignorar a realidade dos municípios. Estamos lidando com estradas destruídas, pontes que foram levadas e comunidades desabrigadas. Tudo isso pressiona os orçamentos. Adiar as parcelas não seria favor, mas uma medida de justiça e parceria com quem está na linha de frente”, avaliou Rim.
Segundo o comunicado da Caixa, a pausa nos pagamentos só pode ser concedida com base em decreto de calamidade pública reconhecido pelo Congresso Nacional, o que não se aplica aos decretos estaduais mais recentes. Embora o banco alegue sensibilidade ao momento vivido pelo Rio Grande do Sul, a resposta formal encerra a possibilidade de negociação imediata para a maioria dos contratos vigentes.
A Amvarp reforça que os municípios não estão pedindo anistia, apenas um prazo mais dilatado para quitar os financiamentos. “Queremos pagar, sempre fomos parceiros e bons pagadores. O que pedimos é o reconhecimento de que estamos em um período excepcional. A negativa da Caixa é um balde de água fria num esforço que é coletivo e voltado à reconstrução”, acrescentou Rim.