
A audiência pública que debateu quanto de recursos foram destinados às medidas relativas às enchentes ocorridas em 2024 e 2025 em nossa região, com o objetivo de esclarecer a população sobre as iniciativas e programas do Governo Federal voltados à recuperação de desastres no Município e região, trouxe a Santa Cruz do Sul o secretário nacional para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Maneco Hassen, e o prefeito de Vera Cruz, que também é o presidente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (CISVALE), Gilson Becker. Eles formaram a mesa dos trabalhos com o comandante da Defesa Civil de Santa Cruz do Sul, Coronel Cesar Eduardo Bonfanti, o presidente da Associação de Moradores do Bairro Navegantes, Anderson Raasch, e o presidente da Associação de Moradores do Bairro Várzea, Jean Machado.
A audiência pública, realizada nesta quinta-feira, dia 11, foi conduzida pelo vereador Alberto Heck, proponente da atividade, no plenário da Câmara, que abriu os trabalhos ressaltando que os eventos climáticos extremos que atingiram Santa Cruz do Sul e a região em 2024 e 2025 provocaram impactos profundos em nossas comunidades. “Muitas pessoas permanecem em situação de calamidade, como aqui temos presentes atingidos dos bairros Várzea, Navegantes, Rio Pardinho, esperando por esclarecimentos quanto às ações de recuperação, auxílios e investimentos tanto da esfera federal, quanto estadual e municipal”, salientou. Assim, é indispensável que a população tenha acesso a informações claras e detalhadas, além da oportunidade de dialogar diretamente com as autoridades responsáveis, completou Heck.
Estiveram presentes ainda os vereadores Nicole Weber Covatti, Eduardo Wartchow, Raul Fritsch, Gerson Vargas e Abel Trindade. O secretário Maneco Hassen apresentou uma série de ações com recursos do governo federal para todo o Rio Grande do Sul e, particularmente, para Santa Cruz do Sul, como as 2 mil famílias beneficiadas com o Auxílio Reconstrução, o Pix de R$ 5.100,00, num total de R$ 8,6 milhões para o Município. O Minha Casa, Minha Vida Reconstrução disponibilizou 202 casas, num total de R$ 40,4 milhões, assim como 1.016 empresas foram beneficiadas, num valor de R$ 624 milhões investidos, mais os valores repassados aos produtores rurais e programas de proteção ao emprego, destacou Maneco.
O Município recebeu ainda um repasse de recursos para atuar na reconstrução de R$ 41,2 milhões, mais os valores passados para a Defesa Civil, saúde, educação e assistência social. Maneco afirmou que todas as ações que ele apresentou foram recursos extras do governo federal à reconstrução.
O presidente do CISVALE, Gilson Becker, que representa 18 municípios da região, disse que num momento mais imediato, pediram ajuda à comunidade, que se mobilizou e fez os primeiros atendimentos à população atingida pelas enchentes de 2024. “Depois fizemos ações em conjunto com os municípios do consórcio para somar forças e conseguir dar conta dos problemas mais gerais”, explicou e acrescentou que contou com o apoio do governo do estado em várias ações e projetos que estão sendo executados.
O líder comunitário do Navegantes, Anderson Raasch solicitou ao governo federal, na audiência pública, que dê mais atenção aos bairros que foram realmente atingidos pelas enchentes. “Nós do Navegantes ganhamos de fato o Pix de R$ 5.100,00, o que é um valor insuficiente para nos ajudar com todas as perdas que tivemos”, continuou.
Já o representante do Bairro Várzea, Jean Machado, contou que os moradores fizeram um mapeamento dos bairros mais atingidos com as enchentes para receber os programas e benefícios, mas que até agora não veio muita coisa. “Nós não conseguimos vender nossos imóveis para comprar em outro lugar, isso é um problema; o que vamos fazer? Estamos aguardando os estudos serem concluídos para as obras necessárias serem realizadas”, completou.
Por fim, o comandante da Defesa Civil chamou a atenção para a dificuldade de acessar os recursos do governo federal por questões burocráticas: “Foi preciso aprender com o processo; hoje estamos mais ágeis”, avaliou Bonfanti. Segundo ele, muitas vezes a Defesa Civil recebe recursos engessados e não consegue gastar com os mais necessitados no atendimento imediato. “Temos ainda que modernizar os conceitos em termos de defesa civil para atuar com mais precisão”, disse. Mas estamos fazendo os projetos para apresentar ao governo federal e captar os recursos para resolver os problemas dos bairros mais atingidos, concluiu.