
A Polícia Federal (PF) recebeu 3.971 notificações de pessoas desaparecidas nos últimos dois anos por meio do Projeto Lumini, iniciativa criada em 2023 para fortalecer a busca por desaparecidos em parceria com autoridades estaduais e o Ministério Público. Desse total, 1.433 casos já foram solucionados, conforme balanço divulgado pela corporação.
O projeto foi desenvolvido para otimizar investigações e promover um intercâmbio eficiente de informações entre diferentes órgãos de segurança. Até o momento, 16 estados brasileiros já acionaram a PF para enviar registros de desaparecidos, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Paraná e Mato Grosso.

A maioria das notificações chega à Polícia Federal por meio das Polícias Civis, quando as autoridades estaduais não conseguem avançar nas investigações por conta de restrições operacionais. O Lumini também conta com cooperação direta dos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro, Amazonas e Distrito Federal, cujas tratativas estão em andamento.
Desaparecimentos internacionais
Além dos casos em território nacional, a PF também atua na busca por brasileiros desaparecidos fora do país. Até agora, foram registrados 32 casos de desaparecimentos em 21 países, com 10 localizados graças à colaboração com forças de segurança estrangeiras.
Quatro frentes de atuação
O Projeto Lumini atua em quatro frentes principais:
- Pessoas desaparecidas vivas: apoio às investigações estaduais em casos não solucionados pelas Polícias Civis;
- Pessoas não identificadas: análise de dados de indivíduos sem documentação para identificar correspondências em bancos de dados;
- Pessoas identificadas, mas não reclamadas: rastreamento de corpos identificados que não foram reclamados por familiares;
- Desaparecimentos internacionais: busca por brasileiros no exterior e estrangeiros no Brasil.
A PF utiliza bancos de dados restritos, cruzamento de informações migratórias, monitoramento de benefícios sociais e emissão de documentos para localizar desaparecidos. Os casos são recebidos por e-mail e processados internamente, sem a necessidade de abertura de inquéritos, salvo em situações que apontem indícios de crimes como sequestro ou tráfico de pessoas.
A iniciativa tem se consolidado como um importante mecanismo na busca por desaparecidos, reforçando a atuação da Polícia Federal na proteção da população.