
A equipe da Secretaria Municipal da Saúde de Santa Cruz do Sul apresentou, nesta sexta-feira (6), os primeiros resultados do programa Menos Filas, Mais Saúde, lançado há dois meses com o objetivo de reduzir o tempo de espera por consultas especializadas para procedimentos de média complexidade no município.
Em um café da manhã com a imprensa, o secretário Rodrigo Rabuske compartilhou dados da iniciativa e detalhou a complexa estrutura da rede pública de saúde local, considerada uma das mais robustas da região.
O evento contou com a presença da equipe técnica da secretaria, incluindo médicas e enfermeiras auditoras que participaram diretamente da formulação e execução do programa Menos Filas, Mais Saúde, além de assessores de gestão, planejamento e comunicação.
Segundo Rabuske, dos cerca de 1.300 pacientes que aguardavam por atendimento especializado, 335 já foram chamados para consultas e 154 para procedimentos em 60 dias de execução do programa. A meta é acelerar o processo de triagem e direcionamento, ampliando o acesso à rede e tornando os atendimentos mais ágeis e resolutivos.
“A fila não é apenas um número. São pessoas esperando por atenção médica, e é nossa responsabilidade enfrentar essa demanda com responsabilidade, estratégia e cuidado”, afirmou o secretário durante a apresentação.

Uma estrutura de grande porte e alta demanda
Rabuske destacou que Santa Cruz do Sul, cidade referência em gestão plena de saúde, atende pacientes de ao menos 55 municípios da 13ª e 8ª regiões de saúde do Estado, o que representa uma população estimada de mais de 500 mil pessoas. Só os santacruzenses somam 133 mil habitantes.
Apesar de atender a uma demanda regional, o município é quem mais investe em saúde pública: enquanto o Estado destina cerca de 16% de recursos para a região, Santa Cruz aplica 25% — cerca de R$ 2,5 milhões mensais — para manter os atendimentos hospitalares, ambulatoriais e especializados.
“Temos um orçamento previsto de R$ 316 milhões para este ano, sendo que 33% dele, o que equivale a mais do que o dobro do exigido por lei, está sendo direcionado à saúde. Ainda assim, enfrentamos um déficit financeiro na casa dos R$ 30 milhões. Precisamos fazer gestão com inteligência”, explicou o secretário.

Recursos humanos, infraestrutura e inovação
A Secretaria de Saúde conta hoje com cerca de 950 servidores, entre médicos, enfermeiros, técnicos, agentes comunitários e motoristas, que se dividem entre as 41 unidades de saúde da cidade. A estrutura contempla desde os Hospitais, os postos da Estratégia Saúde da Família (ESF) até unidades de atendimento especializado, como o CAPS, o CEMAS e o centro de diabetes.
Toda a frota de veículos da saúde — que inclui ambulâncias, vans e carros de pequeno porte — foi equipada com sistema de rastreamento, garantindo mais controle sobre o uso dos veículos. “A gestão da logística é fundamental, especialmente em um município que envia pacientes diariamente para tratamentos em Porto Alegre, por exemplo”, destacou Rabuske.
Além disso, todos os telefones das unidades foram restabelecidos e será lançada uma cartilha com os contatos atualizados para facilitar o acesso do cidadão. Também está sendo preparado uma plataforma focada em georreferenciamento para melhorar a orientação da população em relação às unidades de saúde mais próximas de suas residências.
Veja todos os telefones da Saúde de Santa Cruz do Sul: https://www.instagram.com/p/DKKHkEgABHq



Durante a apresentação, o secretário também fez um apelo à população para que não falte às consultas agendadas e, caso necessário, avise com antecedência. Segundo ele, as faltas também são um obstáculo para a fluidez do atendimento. “Quando uma pessoa falta sem avisar, ela tira a vaga de outra que está esperando. Precisamos da colaboração de todos para que o sistema funcione melhor e beneficie o maior número possível de pacientes”, destacou Rabuske.
A meta da Secretaria de Saúde é atingir, até o fim do ano, o atendimento dos cerca de 1.300 pacientes que estavam na fila no início do programa. Embora novas demandas continuem surgindo diariamente — o que é natural em qualquer sistema público de saúde —, o objetivo central do Menos Filas, Mais Saúde é evitar que pessoas esperem anos por uma consulta especializada. “Zerar a fila não significa que ela deixará de existir, mas sim que conseguiremos atendê-la com agilidade, dentro de prazos razoáveis. Queremos dar uma resposta rápida a quem busca atendimento e devolver a dignidade aos usuários do SUS”, afirmou Rabuske.