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CVV de Santa Cruz completa 20 anos com dedicação voluntária

Entidade marca duas décadas de atuação no município por meio da Associação Amigos da Vida, integrando a rede nacional de apoio emocional que oferece escuta sigilosa e acolhedora a quem precisa

O Centro de Valorização da Vida (CVV) de Santa Cruz do Sul chega a 20 anos de atividades nesta sexta-feira, 5 de setembro, consolidando-se como referência em acolhimento voluntário no município e na região. A trajetória iniciou em 2005 com a criação da Associação Amigos da Vida, mantenedora que integra a rede nacional de prevenção ao suicídio. Desde então, Santa Cruz se tornou parte ativa da chamada “linha da vida”, ampliando o acesso a um serviço que se fundamenta na escuta, no diálogo e na valorização da existência.

A porta-voz do posto local, Naira Lisane Zanette, recorda que o CVV nasceu da mobilização de um grupo sensibilizado com a necessidade de um canal de apoio emocional. “Há 20 anos constatou-se que era fundamental oferecer à comunidade um espaço para falar de sentimentos de forma sigilosa, amorosa e sem julgamentos. Desde então, prosseguimos nesta caminhada, sempre em busca de aperfeiçoamento através de estudos constantes e do engajamento de voluntários que se dedicam de forma gratuita”, afirma. Hoje, o número 188 é a principal porta de entrada para atendimentos no país, reunindo cerca de 2,5 milhões de ligações por ano.

Em Santa Cruz, 13 voluntários compõem a equipe responsável por atender às chamadas direcionadas pela central em São Paulo. Cada ligação é encaminhada para um posto onde há um colaborador logado, permitindo que a conversa aconteça de forma imediata e segura. Além do atendimento telefônico, a entidade disponibiliza suporte por meio de chat no site oficial cvv.org.br e mantém uma atuação comunitária constante, promovendo palestras, rodas de conversa e atividades educativas. “Essa aproximação busca fortalecer vínculos, reduzir estigmas e incentivar o diálogo como instrumento de transformação”, ressalta Naira.

Ao longo de duas décadas, o CVV de Santa Cruz do Sul enfrentou desafios importantes, como a necessidade permanente de novos voluntários e a sustentabilidade financeira das atividades. “O processo de ingresso exige que o candidato tenha 18 anos completos e disponibilidade de tempo. Ele passa por três meses de curso preparatório e outros três meses de estágio em atendimentos supervisionados. Somente após esse período, estando apto, passa a integrar a equipe”, explica Naira. Segundo ela, esse cuidado é essencial para garantir qualidade e sensibilidade em uma missão que lida com situações de grande vulnerabilidade emocional.

Setembro amarelo

A missão de “valorizar a vida” continua sendo a base de atuação da entidade mantenedora do serviço em Santa Cruz do Sul. Durante o mês de setembro a mobilização dos voluntários se intensifica a partir da campanha Setembro Amarelo. O lema deste ano 2025 é “Conversar pode mudar vidas” e reflete o espírito do CVV, que aposta na força da escuta e do diálogo para acolher quem sofre em silêncio.

Conforme a porta-voz da instituição, o trabalho do grupo que mantém a Linha da Vida em Santa Cruz do Sul acaba ganhando ainda mais relevância durante o período. “Estamos ainda mais engajados neste período, ampliando nossa dedicação nas ligações e nas ações comunitárias. Queremos que cada pessoa saiba que não está sozinha e que sempre encontrará alguém disposto a ouvir”, reforça Naira.

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