
O Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Cruz do Sul e Região assegura uma conquista histórica para a categoria ao fechar o primeiro dissídio coletivo específico para farmácias, negociado diretamente com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul (Sinprofarm). Até então, os trabalhadores do setor eram enquadrados nas regras da convenção das lojas. A partir de agora, passam a ter reajustes definidos em mesa própria, o que reforça a valorização e o reconhecimento da importância desses profissionais.
Em Santa Cruz, o acordo garante reajuste retroativo a novembro de 2024, com piso de R$ 1.822,00 e progressão para R$ 1.872,00 em julho de 2025. Já nas demais praças de abrangência – Venâncio Aires, Vera Cruz, Candelária e Sobradinho – o reajuste de 5% será aplicado a partir de março deste ano, também com efeito retroativo, elevando o piso para R$ 1.842,00 e, posteriormente, R$ 1.872,00 em julho de 2025.
Para a presidente do Sindicato, Adriana Helfer, a mudança simboliza o fortalecimento da luta coletiva. “É um passo fundamental para garantir que os trabalhadores das farmácias tenham seus direitos tratados com a especificidade que a categoria merece. Não é mais aceitável que sigam regras impostas a outro setor, sem levar em conta a realidade de sua rotina e suas responsabilidades diárias”, afirma.
Adriana reforça que essa conquista só foi possível pela organização dos trabalhadores e pela atuação firme da entidade sindical. “Estamos demonstrando, na prática, que quando a classe trabalhadora se une e exige respeito, avançamos em condições dignas e valorização. Seguiremos atentos e mobilizados para ampliar cada vez mais os direitos de nossa base, garantindo também que o cumprimento do que foi conquistado aconteça na prática do dia a dia. É o início de uma nova fase para os comerciários das farmácias, que passam a ter uma representação condizente com sua realidade e suas necessidades.”
Avanços da Convenção
A convenção coletiva firmada entre o Sindicato e o Sinprofarm garante uma série de avanços importantes, que dialogam diretamente com a rotina dos trabalhadores das farmácias. Entre os pontos que mais se destacam estão o adicional de 75% para horas extras, a gratificação de 10% de quebra de caixa e o adicional de 4% a cada cinco anos de serviço prestado na mesma empresa.
Também foram assegurados benefícios sociais, como o auxílio-creche para empregadas com filhos de até seis anos, o auxílio-estudante, que prevê meio piso salarial anual mediante comprovação de matrícula própria ou de dependentes, e o auxílio-funeral em caso de falecimento por acidente de trabalho.
A presidente Adriana Helfer avalia que essas cláusulas refletem a conquista de um patamar superior de proteção. “Trata-se de uma convenção que olha para a realidade da categoria e oferece instrumentos concretos para dar mais segurança ao dia a dia dos trabalhadores. Não são apenas números, mas direitos que fazem diferença na vida de quem está na linha de frente das farmácias”, ressalta.