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83% dos atendimentos médicos de goleiros são “estratégicos”

O economista Bruno Imaizumi conduziu um estudo para entender quando os atendimentos médicos a goleiros no Brasileirão são, de fato, causados por lesão ou apenas estratégias para retardar o jogo. A pesquisa analisou 637 atendimentos mapeados desde 2022 e usou um modelo de regressão logística para estimar a probabilidade de cada ocorrência ser “cera”. O resultado apontou que 82,6% dos atendimentos foram classificados como pausas intencionais para esfriar a partida.

A metodologia do estudo se baseou em fatores como o momento do jogo, o placar e o comportamento do goleiro, sem julgar sua intenção, mas transformando padrões em dados objetivos. Quando o modelo estimava mais de 50% de chance de simulação, o atendimento era classificado como cera. Com esse critério, 526 das 637 interrupções foram consideradas estratégicas, com média de 1 minuto e 46 segundos por paralisação.

Os goleiros têm certa vantagem, pois são os únicos que podem receber atendimento em campo com o jogo parado. Além disso, usam outras táticas para ganhar tempo, como demorar na reposição de bola ou ultrapassar o limite de oito segundos após uma defesa, regra que raramente é aplicada. O estudo também revelou que a maioria das simulações ocorre quando o jogo está empatado ou com vantagem mínima, momentos em que parar o jogo favorece o time que está à frente no placar.

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