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Curso de Ciências Econômicas da Unisc completa 40 anos

Nesta trajetória, foram formados 390 economistas

Em 2025 a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) celebra os 40 anos do Curso de Ciências Econômicas. O Curso procura formar um profissional comprometido com a atuação ética, respeito com o outro, capacidade de discernimento, criticidade, participação, criatividade e compromisso com a sociedade e suas necessidades de transformação. Nesta trajetória de 40 anos foram formados 390 economistas.

Um dos graduados na primeira turma, João Carlos Vogt, diz que escolheu o Curso, pois já tinha formação em Administração e a Economia poderia complementar as habilidades e ampliar oportunidades profissionais. “A busca por algo a mais foi um motivador importante. A Economia permite uma análise crítica de dados e projeções, o que é essencial em um mundo cada vez mais baseado em informações. Minha facilidade com números e interesse na área financeira foram vantagens que certamente contribuíram para o meu sucesso. Ter duas graduações foi um diferencial competitivo no mercado de trabalho, possibilitando uma abordagem multidisciplinar que é valorizada por muitas empresas. Além disso, a formação em economia abre portas para diversas áreas, como consultoria, pesquisa econômica, finanças corporativas, entre outras.”

Um dos motivos para escolher a Unisc foi pela necessidade de ficar próximo da família. Além disso, a estrutura física e a qualidade do corpo docente foram fatores cruciais, pois já conhecia a Unisc da outra graduação concluída em 1985. “Uma Universidade com boas instalações e professores qualificados oferece uma experiência educacional rica e abrangente, preparando melhor os alunos para o mercado de trabalho. Esses aspectos são importantes não apenas para o aprendizado teórico, mas também para o desenvolvimento de habilidades práticas e networking.”

Dos momentos marcantes ao longo da graduação, Vogt destaca a união e a camaradagem entre professores e colegas, especialmente, por todos estarem enfrentando o desconhecido juntos. “Fomos aprendendo e evoluindo no processo de ensinar e aprender. Tivemos com grande parte dos professores uma relação próxima de ajuda mútua e eles facilitavam o processo de aprendizagem. A evolução deles ao longo do semestre foi uma fonte de inspiração. Éramos uma turma exigente e disposta a solicitar mudanças quando necessário, um senso crítico muito apurado. Estávamos comprometidos com a qualidade da educação em Economia.”

Tabela com custo da cesta básica em 1989. Foto: Divulgação

Formação em Economia foi um divisor de águas 

Com a escolha em cursar Economia, Vogt ampliou os conhecimentos e considera a formação como um divisor de águas na trajetória profissional. Ela não apenas proporcionou uma base sólida de conhecimento técnico, mas também moldou um novo ‘João’: mais social, atento, ouvinte e analista de informações. “Essas habilidades foram fundamentais ao longo dos 32 anos em que atuei em uma organização privada, passando por diversas áreas e setores. Por ser uma ciência social, a Economia ampliou minha compreensão sobre as relações humanas e organizacionais, permitindo-me cultivar conexões importantes e contribuir de forma estratégica para o desenvolvimento da empresa. Acredito que essa visão mais ampla do comportamento econômico e social foi essencial para o sucesso da minha trajetória.”

Além de passar por uma organização privada, Vogt atuou como professor da Unisc de 1990 a 2014. Ministrou disciplinas como Elaboração e Análise de Projetos, Economia Regional e Urbana, Engenharia Econômica, Microeconomia, Introdução à Economia, Administração Financeira, Economia Monetária. Ele define o período como maravilhoso. “A docência é algo que engrandece a alma. Ver a evolução das pessoas por meio do aprendizado e saber que você faz parte desse processo é algo extremamente gratificante. Aprendi que o professor é, acima de tudo, um facilitador da aprendizagem. E, muitas vezes, é necessário ter a humildade de dizer ‘não sei’”, completa.

Coordenador do Curso também é egresso da primeira turma; trajetória do Curso é lembrada por ele

Também integrante da primeira turma, o atual coordenador do Curso, Silvio Cezar Arend, explica que em 1980 foi encaminhado o processo para implantação do Curso de Ciências Econômicas, que acabou sendo aprovado e implantado em 1985. O contexto da criação do curso de Ciências Econômicas remete ao contexto da primeira metade da década de 1980, um período de inflação crescente e dificuldades no cenário externo – crise do petróleo e dos juros nos anos 1970, crise da dívida no início dos anos 1980, com dificuldade de financiamento das importações brasileiras.

À época, a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas (FACCOSUL), que fazia parte das Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (FISC), antecessora da Unisc, já tinha consolidados os cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas e o caminho natural de expansão da oferta de cursos na área de gestão era o curso de Ciências Econômicas. “A isto se soma o contexto da economia brasileira, que demandava profissionais que entendessem a dinâmica inflacionária pela qual passava o país e capacitados para elaborar estratégias de proteção das empresas e das famílias neste ambiente”, fala o coordenador.

Para dar suporte às atividades de pesquisa que se iniciavam com a graduação em Ciências Econômicas foi criado o Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas – (CEPE) e seu primeiro projeto de pesquisa foi o “Levantamento quinzenal dos preços dos supermercados do Vale do Rio Pardo”, cuja elaboração começou no ano de 1985, juntamente com o início das aulas do curso. Esta pesquisa, depois reestruturada em 1989 para o levantamento do “Custo do Cesto Básico de Produtos de Consumo Popular em Santa Cruz do Sul”, deu origem ao levantamento atualmente realizado, do “Custo da Cesta Básica Nacional”, que acompanha os preços de produtos alimentícios em Santa Cruz do Sul desde o início dos anos 2000.

Conforme o professor e egresso, ao longo destes 40 anos a preocupação inicial de formação na área de economia deixou de ser primordialmente o processo inflacionário – principalmente após o Plano Real em 1994 – passando a formar profissionais generalistas, capazes de trabalhar cooperativamente e dialogar com profissionais especializados de diferentes áreas da ciências e aptos a trabalhar num ambiente globalizado, com organizações conectadas em rede, no qual as novas tecnologias disponibilizam informações em tempo real num volume jamais imaginado no passado.

Além destas qualificações, o profissional economista deve ter amplo domínio dos conceitos e instrumentos analíticos da economia, desenvolver conhecimentos de teoria econômica, história econômica e métodos quantitativos, pois a informação só se converte em riqueza para a sociedade se trabalhada com conhecimento. “Ao mesmo tempo, o economista deve ter uma compreensão e análise crítica dos aspectos econômicos e sociais da sociedade moderna e em constante transformação”, completa Arend.

Fonte
Assessoria de Imprensa/Setor de Marketing e Comunicação da Unisc Fotos: Divulgação

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